Hai uns días recibin da nosa compañeira Olga unha fermosa proposta para xogar e quero partillala con vós. Velaí vai…
“Escrevo-vos desde as entranhas do confinamento… A algumhas de vós conhecim-vos em espaços de Tareixa Ledo; a outras nom, mas dalgum jeito temos partilhado também as suas chaves noutros espaços. Há uns dias mandou umha “carta aberta” que me resultou mui inspiradora. Fixo-me pensar com muito carinho em muitas de vós, umha por umha. Nesse exército de aliadas silandeiras que temos ai, latejante, aguardando para sair neste mundo que deixa aos poucos de ser o mundo que conheciamos, para ser outra cousa. E também nalguns desses projetos pessoais que vamos deixando a um lado, nestes ritmos um pouco loucos que levamos às vezes. Rescato um a modo de jogo, para partilhar com vós.
Há um tempo tinha o tema do prazer mui presente (que é isso do prazer? como sentimos prazer cada pessoa? que passaria se as nossas sociedades estiveram construidas sobre ele, no sítio da dor a culpa?…). Lancei-lhe o convite a várias companheiras de que conectaram com um momento no que sentiram prazer, e mo fixeram chegar. Logo eu passava polo corpo essas histórias, e fazia pequenos relatos anónimos sobre momentos de prazer, com toda a sua diversidade e amplitude. Pensei que poderia ser um bom momento para retomar agora a tarefa, que precisamos tanto dessa emoçom para nos soster.
A única condiçom para participar é que seja desde o prazer. Só se che presta, se cho pide o corpo. Pode ser agora ou dentro dum mes, dum ano. Eu nom tenho présa. Pode nom ser, e está genial também.
Se queres jogar, le o documento (máis abaixo) e fai-me chegar a túa história a olgaromasanta@gmail.com
Por suposto, podedes partilhar o jogo com quem queirades! Se a cousa vai colhendo corpo igual até vos partilho os resultados de volta, e fazemos umha cadeia na que nutrir-nos umhas com os prazeres das outras.
Umha aperta bem fonda, e muitos aços para este tempinho tam dificil e poderoso à vez.
————— Documento para xogar ao prazer —————
Este é um tempo para o prazer. Este é um tempo para ti. Toma-o como um agasalho, no que conectar com espaços, pessoas e sensaçons que che fam bem. Busca um espaço que seja prazenteiro para ti, prepara-o, pom-te cómoda. Respira fondo… Conecta com o teu corpo… E desde ai…
1. Conecta com um momento no que sentiras prazer. Grande ou pequeno, único ou quotidiano, há muito tempo ou esta mesma manhá. Nom julgues, só colhe um recordo no que che preste entrar
2. Entra na escena, como se fora um filme. Que há nela? Que passa? Como é o lugar? A que ule? Que ves? Que sensaçons tes no corpo? Recria-te nelas, com liberdade
3. Colhe papel e boli, computador, ou o que che seja mais cómodo, e volca ai a descriçom da escena e as tuas sensaçons. Nom tem que estar bem escrito, só é um jeito de recolher ideias. Mesmo pode ser um debuxo
4. Se che presta, fai-me chegar o teu momento de prazer. Se nom, fica com ele como um presente para estes dias
O prazer é mui amplo, diverso. Segundo como nos fagamos esta pregunta podemos ter acceso a uns recordos ou outros, todos eles igual de gorentosos! Se queres seguir jogando, podes fazer-te outras perguntas: Um momento especialmente prazenteiro para os teus sentidos, para todos eles… Um momento no que sentiras um prazer único, inesperado, que te surpreendeu… Um momento de prazer erótico ti soa, ou com outra(s) pessoa(s)… Um momento de prazer na natureza… Um momento de prazer quotidiano… Um momento de prazer neste confinamento…
E assim até onde queiras… Boa viagem!